domingo, 29 de março de 2009

A proposta do governo exercido diretamente pelo povo

Auto-gestão – uma proposta política razoável

Imagine se você pagasse outrem, a peso de ouro, para administrar suas finanças. Cerca de 43% do que você ganha, daria ao administrador para ele gerir como bem entendesse: escolher em que escola matricular seus filhos, escolher seu plano de saúde, tomar conta de seus investimentos, gerir suas contribuições previdenciárias, escolher que canais de TV assistir, quanto pagar de mesada etc. Isso tudo sem que o administrador desse qualquer satisfação sobre o dinheiro gasto e tenha poderes para decidir que percentual do salário do infeliz caberia a ele gerenciar.

Isso seria um total absurdo, diria meu distraído leitor. Porém, tal coisa ocorre hoje em dia em escala mundial. Quadrilhas a mando do grande capital internacional se encastelam como governos das nações e espoliam a população mundial com a conivência dos povos dessas nações. Isso ocorre já há muitos séculos, porém, o atual momento histórico, com amplo uso dos meios
contemporâneos de comunicação – Internet, e-mail, Orkut, Yahoo!Respostas, YouTube entre outros – possibilita a criação de um governo exercido pelo próprio povo sem intermediários.

Nossa principal proposta é criar mecanismos que permitam que o povo proponha projetos de lei nos quais ele mesmo votará. Caberá ao povo determinar quanto imposto pagará e quanto desse imposto será destinado a cada área de investimento governamental. A própria população será chamada a decidir a carga tributária e o percentual desta carga aplicado em saúde, educação, segurança, saneamento básico etc.Na Grécia antiga, nos primórdios da democracia, era o conjunto dos cidadãos que votava as propostas de lei, numa assembléia chamada ágora. Afinal,
sendo a democracia o governo do povo, nada mais adequado que a própria população escolher as leis a que se submeterá. Portanto, a idéia de um governo exercido pela própria população não é nova, pois a história nos provê um exemplo bem sucedido de tal governo.

A democracia deve ser discutida

O conceito de democracia como é concebido hoje no mundo é baseado numa grande mentira: a legitimidade do voto.

A idéia de que é o povo que escolhe seus governantes pelo voto é um equívoco. A esmagadora maioria dos governantes escolhidos pelo voto da população é composta por pessoas muito diferentes dos seus eleitores e que normalmente não tem nenhum compromisso com a população. Não é que o povo não sabe votar. A verdade é que não há transparência no governo para que o povo conheça seus candidatos e seus governantes. Votamos em imagens tecnicamente construídas para nos dar falsas esperanças, obter nossos votos e em seguida ouvir dessas mesmas imagens uma retórica vazia de realizações, um discurso próximo do show business. Não há diferença significativa entre a novela das 8 e a novela da política. Ambas são ficções cuja finalidade é nos distrair dos verdadeiros problemas que deveríamos nos ocupar em resolver.

Se o voto é legítimo, porque a imensa maioria dos governantes tem muito mais dinheiro que nós? Será que o povo tem algum tipo de predileção por candidatos milionários? Uma campanha política é tão absurdamente onerosa que dificulta deveras a eleição de alguém da classe média. Assim, a escolha dos governantes já é tendenciosa na base. Pessoas abastadas não se intimidam diante das somas necessárias para pleitearem vagas eletivas no governo. Por outro lado, tais somas são proibitivas para a classe média. O resultado é um governo constituído majoritariamente por pessoas acostumadas com luxos e mimos que não fazem parte da realidade das classes média e proletária que os elegeram. Os eleitos preocupam-se, então, com questões
próprias de sua classe social, que tem muito pouco em comum com a problemática das classes mais pobres. Para o abastado o preço do queijo do reino é muito mais importante que o preço do pão francês. O abastado não está preocupado com o preço das roupas numa loja de departamentos ou num camelô, mas sim com o das roupas milionárias de estilistas famosos. O
milionário não se importa com o preço de um carro popular, desses que vemos nos anúncios de TV, mas sim em adquirir uma Ferrari, um Porche ou carros ainda mais caros. Porque haveria o endinheirado, então, de legislar em favor de quem consome pão francês, roupas de camelô e carros populares? Ele não tem essa preocupação, pois tais coisas não fazem parte de sua realidade.

A conclusão é que o voto como hoje o conhecemos será sempre tendencioso, fazendo com que o custo das campanhas políticas favoreça sempre a eleição dos mais ricos, que legislarão também para os mais ricos.

O governo exercido diretamente pela população


A forma mais segura de garantir que o governo seja constituído por pessoas que representem a população de modo justo e imparcial é fazer com que o poder político seja exercido diretamente por todo o povo. Quando o Partido do Avanço Tecnológico assumir o poder, cada cidadão terá o direito de propor projetos de lei que serão votados por toda a população. O governo exercido deste modo será efetivamente do povo, para o povo e pelo povo. Não haverá corrupção no governo, pois isto seria como legislar contra si mesmo, algo como pagar um matador para matar ele mesmo, ou convencer um ladrão a roubar de si mesmo. O governo exercido diretamente pelo povo é o único que pode ser justo com o povo, pois não faz sentido ser injusto consigo mesmo.

Reinaria a justiça, pois sendo justo o governo, tudo o mais o seria, uma vez que é o governo que regula o comportamento da sociedade como um todo, indica a direção a seguir, as leis a obedecer, as obras a fazer e em que áreas investir. O governo exercido diretamente pelo povo será, portanto, um governo justo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário